tuomas pekkarinen funerium
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: o lince do silêncio atravessa a trilha sem ser visto &
vê através das ramagens a luz negra da
nudez da beladona :
: o lince do silêncio é uma ponta de flecha sobre o tato da
floresta antiga : espírito do tabaco, mestre das neblinas, senhor do nevoeiro :
: o lince do silêncio lambe a noite, lançando na madrugada
sua língua de acalanto (à sua volta os gravetos / estalam) :
(mil narinas sentem teu alento
arder como um arbusto)
: o lince do silêncio afia seus cinco sentidos no inverno : nas
pontas de suas orelhas crepitam brasas de outubro :
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Rubens
Zárate (Santo André, SP, 1959) publicou os livretos Pedra (1978),
Barra (1978) e Medium Coeli, Campus Stellae (1980).
Participou de Una Antología de Poesía Brasileña (Huerga y Fierro,
Madrid, 2007). Poemas e traduções nas revistas Cult, Zunái, Germina,
Mallarmargens, Cinosargo, Acrobata, entre outras. Historiador e antropólogo,
trabalha como produtor cultural.
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