terça-feira, 6 de maio de 2014

lavrar à loucura do sal o carvalho

imagem Scott G. Brooks



Que seres de compleição determinadamente ruidosa

(amorosos, o casal noturno, um lê, endiabra-se de vultos sob luz fraca; espera o que sonha vestindo sua camisa azul, masculina):

após a busca insalubre pela cura, com um loto na boca, entregam-se ao êxtase químico como macacos astronautas, figuram um mapa de ímpeto sobre as mazelas e carências, suicidam a fome e o cansaço, registram da dor apenas o ponto vermelho, estão incalculavelmente numa rotação onde o minério morto é já informação trabalhada na pele que cresce acelerada em direção vespeira onde somem os pórticos, santos devorados, e a visão este penumbroso

alvorecer entre nervos.

A planta, algo
que cai no carpete estourado, bombo mudo; resta ao maxilar cavar entre o cascalho das coisas mais outro modelo de deflorar, de arrancar ao despenhadeiro uma fotografia de cacto ou ave rara e, trêmulo,

calar. 

(Acordam, dormem, selfie, estão de pé frente a pia: copos,
água, vinho, gélida;

esta banalidade de lavrar à loucura do sal o carvalho e esperar ir, este pedaço de bife é tão cru e perfeito quanto pode

ser. Comem e
é já pôr a roupa de escritório.)



Viktor Schuldtt (1988, São Paulo) escreve o blog o silêncio infecto de.


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